Teatro Antonieta Noronha reabre as portas no próximo domingo (29), totalmente recuperado em sua estrutura física, como mais um presente alusivo aos 286 anos de Fortaleza. A recuperação contemplou cada detalhe: telhado, palco, camarim e piso; paredes, cadeiras e instalações elétricas. Ainda foram adquiridos refletores e uma especial atenção foi dada à questão da acessibilidade, com a construção de rampas.
Em reverência à atriz Antonieta Noronha, que dá nome ao teatro, a programação de reabertura traz ao palco os atores Ary Sherlock, com fragmentos de seu mais recente espetáculo, “Coisas: Palavras e Canções”; e Ricardo Guilherme, que encena o monólogo “No Ato”, na esteira do projeto Palco Giratório, do Sesc.
Com 55 anos de carreira, o cearense Ary Sherlock volta à cena com a versatilidade e o vigor que fizeram dele um dos atores mais respeitados do Brasil. Casando poemas, histórias e músicas, ele recorre à memória e à ficção para revelar ao público “coisas do sertão”, “coisas da cidade”, “coisas do cangaço”, “coisas do amor”, “coisas de Paris”, “coisas de palhaço”, entre outras. E assim a ordem é fazer o espectador “viajar” entre lugares e sentimentos do passado. Com direção de Sidney Malveira, o ator veterano se apresenta na companhia de Flávio Sherlock (voz e sax), Marcos Lima (violão) e Rodrigo dos Santos (percussão). “O Teatro é um grande mestre. O ator, como o poeta, um fingidor”, diz Sherlock, pronto para demonstrar sua teoria na prática.
Do diretor e ator Ricardo Guilherme, criador do Teatro Radical Brasileiro, o público já sabe o que esperar: uma aula-espetáculo inspirada em crônicas do não menos pungente Nelson Rodrigues. E, a partir de maio, a pauta do Teatro Antonieta Noronha está aberta à classe artística. Segundo a coordenadora de teatro da Secultfor, Natasha Faria, um edital de programação deve acolher propostas para ocupação do espaço, contemplando as mais diversas linguagens artísticas.
O teatro e a homenageada
Por Walden Luís, diretor do Teatro Antonieta Noronha
"O Teatro Antonieta Noronha foi inaugurado no dia 26 de maio de 2004 com a peça 'Um minuto de silêncio', interpretada pela atriz Antonieta Noronha. A homenageada concluiu o curso de Arte Dramática da UFC no ano de 1964. De lá para cá, passou por vários grupos de teatro, entre eles a Comédia Cearense e o Teatro Novo, sendo dirigida por diretores como Marcus Miranda e B. de Paiva, de quem foi aluna. Brilhou na TV Ceará, para onde foi levada pelo seu mestre Marcus Miranda, interpretando a impagável fofoqueira Olinda, do programa "Dois na Berlinda", ao lado do inesquecível "Praxedinho". Estreou no cinema no filme "Dora Doralina", ao lado de Vera Fischer e Cleide Yácones. Foi premiada nacionalmente como atriz nos filmes "O amor não acaba às 15:30", "Deixa-me ficar" e "Tempo da Ira". Trabalhou ao lado de Fernanda Montenegro no longa "Central do Brasil". Atualmente se prepara para mais uma atuação, prevista para estrear em agosto, contracenando com Ary Sherlock, sob a direção de Sidney Malveira."
PROGRAMAÇÃO
17h – Solenidade de reabertura e homenagem à atriz Antonieta Noronha
17h30 - Fragmento do espetáculo “Coisas”: Palavras e Canções, com o ator Ary Sherlock
18h - Espetáculo “No Ato”, com o ator e diretor Ricardo Guilherme
Reabertura do Teatro Antonieta Noronha
Data: domingo, 29 de abril
Horário: a partir de 17h
Endereço: Rua Pereira Filgueiras, 04 – Centro
Livre acesso