Sindicato oficia Prefeitura e pede providência sobre falta de obstetras e neonatologistas no Hospital Nossa Senhora da Conceição .
O Sindicato dos Médicos do Ceará, por meio de sua Assessoria Jurídica, oficiou, nessa quinta-feira (23), a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza e a Direção do Hospital Nossa Senhora da Conceição, requerendo esclarecimentos e providências acerca da denúncia sobre a falta de médicos obstetras e neonatologistas para atender a demanda da população. Tal situação ocorre depois da ampliação da estrutura do Hospital, no dia 15 de junho de 2018, que aumentou consideravelmente a demanda, porém, o número de profissionais médicos se manteve o mesmo, deixando parte da população desassistida, resultando, inclusive, no fechamento da emergência em algumas ocasiões.
A preocupante situação requer uma solução urgente, tendo em vista que, atualmente, a referida unidade realiza em torno de 1.333 atendimentos obstétricos e, ainda, é responsável por 20% da demanda que vem do município de Caucaia na já citada especialidade. Considerado hospital de referência materno infantil no Estado, o Nossa Senhora da Conceição atende a demanda de 65 comunidades, de 18 bairros, com uma população de mais de 600 mil pessoas, entre elas, 200 crianças na faixa etária de 0 a 10 anos.
Conforme Elias Guedes, presidente da Comissão de Saúde e Defesa do Hospital Nossa Senhora da Conceição e Postos de Saúde e da Regional V, o anexo do hospital foi entregue todo equipado, no entanto, faltou o principal, mais médicos para atender a população. “Atualmente, temos apenas dois médicos obstetras para atender no centro cirúrgico e emergência. Quando chega gestante para cirurgia, os dois têm que entrar para realizar o procedimento, enquanto a emergência fica desassistida, fazendo a paciente voltar pra casa ou esperar até que o médico acabe a cirurgia, gerando prejuízo”, explica.
Diante da denúncia, o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dr. Edmar Fernandes, foi ao hospital e constatou a real situação. “A situação está insustentável e gera sofrimento tanto para o médico, que está sobrecarregado, sem condições humanas de atender tal demanda, como para a população que, muitas vezes, têm que voltar pra casa por conta do fechamento da emergência, por não ter médico suficiente para atender", lamenta o representante da categoria que sugere o redimensionamento da quantidade de obstetras e neonatologistas para a nova realidade do hospital: “o ideal é que na obstetrícia tenham pelo menos três médicos, e que, inclusive, seja realizado concurso público, pois os editais temporários que a gestão está publicando, são desestimulantes. O valor que está sendo pago é desrespeitoso com a categoria”.
É importante ressaltar que o Sindicato é a favor da ampliação de hospitais, com novas estruturas, para oferecer atendimento pleno a toda demanda de pacientes, porém deve-se ter um planejamento que contemple mais médicos e profissionais auxiliares que supram a necessidade de procura ativa por parte da comunidade, dando condições dignas de trabalho para os médicos e garantido os direitos de acesso da população à saúde.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
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