Solenes e lutuosas, as figuras parecem dançar. Levam em seus passos a identidade, a história, a poesia e a cultura do povo cearense. Diferente dos outros maracatus que existem no país, o do Ceará é lutuoso; canta e dança a herança africana deixada no Estado. E é essa expressão cultural típica do Ceará que o artista Cantídio Brasil leva para a Galeria Antônio Bandeira, equipamento mantido pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). A exposição fica em cartaz do dia 17/12 ao dia 22/01/2011.
Cantídio é um pintor independente, alheios aos modismos superficiais. Caminha em sua própria trilha artística. Através de suas tintas e pinceladas ele retrata a cultura do maracatu local em todos os seus sentimentos e cores. De acordo com Descartes Gadelha, curador da mostra, Cantídio age como os antigos miniaturistas: suas pinceladas são minúsculos pontos de luz que lembram o voo dos vaga-lumes.
“Os quadros são ‘pranchas’ reduzidas de um gigantesco cenário onírico. Fantástico e fantasioso, Cantídio ‘fotografa’ o sentimento ‘maracatuqueiro’, flutuando no sonho delirante do carnaval. As figuras são entronadas em altares, como estivessem esperando a missa afro-católica ou alguma solenidade exótica redentora. Figuras iconográficas remetem a uma espécie de aristocracia negra, chegada aqui na bagagem saudosa dos escravos. Cantídio captura isso no seu mundo imaginário fértil e inesgotável. A dor da escravatura não conseguiu anular a alegria, o poder estético e místico religioso do negro. Isso está presente em sua obra preciosa. Parece que seus quadros surgem numa magia: não passam pelo processo plástico; talvez uma diáfana neblina do arco-íris deposita-se sobre as telas e cada gotícula de cor vibra de alegria porque foi transformada em arte. Com suas pinturas, Cantídio avisa que a paz é possível dentro desse mundo hostil e confuso; que o vermelho não é sangue derramado; que o amarelo não significa o cobiçado ouro e que o céu não é somente para os azuis.”, escreve Descartes no texto de curadoria.
É justamente essa obra com ares mágicos e carregada de história que o fortalezense poderá fruir na Galeria Antônio Bandeira, espaço de difusão cultural que existe há mais de 30 anos e traz no nome uma homenagem a Antônio Bandeira, artista cearense considerado referência na pintura abstracionista. Há alguns anos, o espaço recebe o mais importante salão de artes do Ceará, o Salão de Abril, além de exposições de vários artistas locais, nacionais e internacionais. O espaço oferece visitas guiadas por educadores e, a partir de mediações culturais, busca provocar o desenvolvimento de um olhar crítico e sensível às artes visuais.
Serviço
Exposição "O lúdico e o profano", do artista Cantidio Brasil. Abertura dia 17 de dezembro, às 18h, na Galeria Antônio Bandeira (Rua Conde D’Eu, 560 – Centro / Centro de Referência do Professor). Horário de visitação: segunda à sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h Visitas guiadas podem ser agendadas pelo telefone (85) 3105.1403. A exposição se encerra dia 22/01/2011
Cantídio é um pintor independente, alheios aos modismos superficiais. Caminha em sua própria trilha artística. Através de suas tintas e pinceladas ele retrata a cultura do maracatu local em todos os seus sentimentos e cores. De acordo com Descartes Gadelha, curador da mostra, Cantídio age como os antigos miniaturistas: suas pinceladas são minúsculos pontos de luz que lembram o voo dos vaga-lumes.
“Os quadros são ‘pranchas’ reduzidas de um gigantesco cenário onírico. Fantástico e fantasioso, Cantídio ‘fotografa’ o sentimento ‘maracatuqueiro’, flutuando no sonho delirante do carnaval. As figuras são entronadas em altares, como estivessem esperando a missa afro-católica ou alguma solenidade exótica redentora. Figuras iconográficas remetem a uma espécie de aristocracia negra, chegada aqui na bagagem saudosa dos escravos. Cantídio captura isso no seu mundo imaginário fértil e inesgotável. A dor da escravatura não conseguiu anular a alegria, o poder estético e místico religioso do negro. Isso está presente em sua obra preciosa. Parece que seus quadros surgem numa magia: não passam pelo processo plástico; talvez uma diáfana neblina do arco-íris deposita-se sobre as telas e cada gotícula de cor vibra de alegria porque foi transformada em arte. Com suas pinturas, Cantídio avisa que a paz é possível dentro desse mundo hostil e confuso; que o vermelho não é sangue derramado; que o amarelo não significa o cobiçado ouro e que o céu não é somente para os azuis.”, escreve Descartes no texto de curadoria.
É justamente essa obra com ares mágicos e carregada de história que o fortalezense poderá fruir na Galeria Antônio Bandeira, espaço de difusão cultural que existe há mais de 30 anos e traz no nome uma homenagem a Antônio Bandeira, artista cearense considerado referência na pintura abstracionista. Há alguns anos, o espaço recebe o mais importante salão de artes do Ceará, o Salão de Abril, além de exposições de vários artistas locais, nacionais e internacionais. O espaço oferece visitas guiadas por educadores e, a partir de mediações culturais, busca provocar o desenvolvimento de um olhar crítico e sensível às artes visuais.
Serviço
Exposição "O lúdico e o profano", do artista Cantidio Brasil. Abertura dia 17 de dezembro, às 18h, na Galeria Antônio Bandeira (Rua Conde D’Eu, 560 – Centro / Centro de Referência do Professor). Horário de visitação: segunda à sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h Visitas guiadas podem ser agendadas pelo telefone (85) 3105.1403. A exposição se encerra dia 22/01/2011
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