Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, o Dragão do Mar
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(1839 - 1914)
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Abolicionista brasileiro e jangadeiro de profissão nascido em Canoa Quebrada, Aracati, Estado do Ceará, considerado o maior herói popular pela da libertação dos escravos no Ceará. Descendente miscigenado de escravos, era filho do pescador Manoel do Nascimento e aos 8 anos de idade ficou órfão do pai, que faleceu nos seringais amazônicos. Criado pela mãe, a rendeira Matilde Maria da Conceição, em meio a muitas dificuldades, ficou conhecido como Chico da Matilde e desde criança tornou-se envolvido no cotidiano do litoral. Cresceu analfabeto e só aos vinte anos aprendeu a ler. Pescador, tornou-se chefe dos catraieiros, assim chamados os condutores de jangadas e botes do litoral da capital cearense e trabalhou nas obras do porto de Fortaleza (1859). Depois empregou-se como marinheiro em um navio que fazia a linha Maranhão-Ceará e, alguns anos mais tarde, foi nomeado prático da Capitania dos Portos (1874). O Ceará vivia anos de intensa seca (1877-1879) o que desorganizou a produção do estado e matou de fome, de varíola e de cólera mais de um quarto da população. Os fazendeiros não podendo manter seus escravos, os vendia para outros fazendeiros, principalmente do sudeste do país. Convivendo com esse drama do tráfico de escravos e sendo mulato, liderou os jangadeiros para não embarcarem ou desembarcarem mais negros escravizados no litoral cearense. Fechando do Porto de Fortaleza ao tráfico de escravos para as outras províncias, os donos de escravos eram forçados a libertá-los na impossibilidade de sustentá-los. Assim se envolveu na luta pelo abolicionismo e foi exonerado do cargo (1881), por ter liderado este movimento praieiro contra o desembarque dos escravos em terras cearenses. Não desanimando, jurou (1882) que não haveria força bruta no mundo que fizesse o tráfico negreiro ser reaberto no Ceará. Sua bravura no bloqueio do porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos, rendeu-lhe o novo cognome de O Dragão do Mar. Em conseqüência, não havendo quem transportasse os escravos do porto até os navios negreiros, transporte este feito pelos jangadeiros, o Estado do Ceará decretou, pioneiramente no Brasil, a libertação de seus escravos (1884), quatro anos antes do dia 13 de maio da abolição brasileira. Este fato valeu ao estado o nome de Terra da Luz, dado por José do Patrocínio, e fez aumentar os ânimos de todos os abolicionistas do Brasil e mereceu inclusive as saudações aos cearenses do grande escritor francês, Victor Hugo. O herói jangadeiro foi até o Rio de Janeiro, levando no barco negreiro Espírito Santo, a jangada com a qual havia participado da "greve" e a embarcação foi doada ao Museu Nacional, que infelizmente desapareceu do acervo daquele museu. Por ordem do Imperador D. Pedro II foi reconduzido ao cargo de prático da Capitania dos Portos (1889) e no ano seguinte, no regime republicano, recebeu a patente de Major-Ajudante de Ordem do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará (1890). Faleceu na capital cearense, poucas semanas antes de completar 75
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/FranJNas.html
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(1839 - 1914)
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Abolicionista brasileiro e jangadeiro de profissão nascido em Canoa Quebrada, Aracati, Estado do Ceará, considerado o maior herói popular pela da libertação dos escravos no Ceará. Descendente miscigenado de escravos, era filho do pescador Manoel do Nascimento e aos 8 anos de idade ficou órfão do pai, que faleceu nos seringais amazônicos. Criado pela mãe, a rendeira Matilde Maria da Conceição, em meio a muitas dificuldades, ficou conhecido como Chico da Matilde e desde criança tornou-se envolvido no cotidiano do litoral. Cresceu analfabeto e só aos vinte anos aprendeu a ler. Pescador, tornou-se chefe dos catraieiros, assim chamados os condutores de jangadas e botes do litoral da capital cearense e trabalhou nas obras do porto de Fortaleza (1859). Depois empregou-se como marinheiro em um navio que fazia a linha Maranhão-Ceará e, alguns anos mais tarde, foi nomeado prático da Capitania dos Portos (1874). O Ceará vivia anos de intensa seca (1877-1879) o que desorganizou a produção do estado e matou de fome, de varíola e de cólera mais de um quarto da população. Os fazendeiros não podendo manter seus escravos, os vendia para outros fazendeiros, principalmente do sudeste do país. Convivendo com esse drama do tráfico de escravos e sendo mulato, liderou os jangadeiros para não embarcarem ou desembarcarem mais negros escravizados no litoral cearense. Fechando do Porto de Fortaleza ao tráfico de escravos para as outras províncias, os donos de escravos eram forçados a libertá-los na impossibilidade de sustentá-los. Assim se envolveu na luta pelo abolicionismo e foi exonerado do cargo (1881), por ter liderado este movimento praieiro contra o desembarque dos escravos em terras cearenses. Não desanimando, jurou (1882) que não haveria força bruta no mundo que fizesse o tráfico negreiro ser reaberto no Ceará. Sua bravura no bloqueio do porto de Fortaleza, impedindo o embarque de escravos, rendeu-lhe o novo cognome de O Dragão do Mar. Em conseqüência, não havendo quem transportasse os escravos do porto até os navios negreiros, transporte este feito pelos jangadeiros, o Estado do Ceará decretou, pioneiramente no Brasil, a libertação de seus escravos (1884), quatro anos antes do dia 13 de maio da abolição brasileira. Este fato valeu ao estado o nome de Terra da Luz, dado por José do Patrocínio, e fez aumentar os ânimos de todos os abolicionistas do Brasil e mereceu inclusive as saudações aos cearenses do grande escritor francês, Victor Hugo. O herói jangadeiro foi até o Rio de Janeiro, levando no barco negreiro Espírito Santo, a jangada com a qual havia participado da "greve" e a embarcação foi doada ao Museu Nacional, que infelizmente desapareceu do acervo daquele museu. Por ordem do Imperador D. Pedro II foi reconduzido ao cargo de prático da Capitania dos Portos (1889) e no ano seguinte, no regime republicano, recebeu a patente de Major-Ajudante de Ordem do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará (1890). Faleceu na capital cearense, poucas semanas antes de completar 75
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/FranJNas.html
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