Frida Kahlo: trajetória marcada por doenças
Aos seis anos de idade, Frida contraiu poliomielite. A doença deixou como marcas o membro inferior direito mais curto e a musculatura atrofiada. O constrangimento causado por essas seqüe- las acabou criando um fato extremamente interessante para encobrir a deficiência Frida começou a usar saias longas como as das indígenas mexicanas. Já famosa, as intelectuais de sua época e as mulheres de um modo geral acharam que ela estava; lançando moda e começaras a também usar aquelas saias longas.
Quando tinha 18 anos, o ônibus no qual Frida Kahlo viajava chocou-se com um bonde. Em conseqüência da gravidade do aci-dente, no qual várias pessoas morreram, ela sofreu fraturas em três vértebras, fratura cominutiva (fragmentação) da tíbia e fíbula direitas, além de três fraturas de pelve (bacia).
Por conta da fratura de pelve, Frida foi informada de que não poderia ter filhos de parto normal, e era recomendável portanto
Do olho esquerdo de Frida goteja uma enorme lágrima, simbo-lizando a dor de uma mãe pela perda do filho; a pelve óssea é um testemunho da causa anatômica da impossibilidade de ser mãe.
Há também uma pintura chamada O Coração, ou Recordação, de 1937, onde ela pinta um coração de tamanho proporcional ao seu sofrimento ao ter descoberto que seu marido, o também pintor e muralista Diego Rivera (1886-1957), mantinha um romance com sua irmã Cristina (1908-1964). No quadro ela se mostra com o tórax traspassado por um objeto perfurante, enquanto o coração sangra no chão, exprimindo sua imensa angústia.
É interessante observar que há um curativo no seu pé esquerdo; isso se explica porque, na verdade, os ferimentos no membro inferior esquerdo de Frida nunca cicatrizaram, tendo evoluído para osteomielite com conseqüente amputação. Cerca de dois anos após a amputação, fato que a deixou extremamente deprimida, a pintora veio a falecer.
Frida tinha 11 meses quando a irmã Cristina nasceu. Por causa da recém-nascida, sua mãe entregou-a para ser amamentada por uma ama-de-leite. Um profundo sentimento de rejeição seguiu a pintora por toda a vida e foi expresso no quadro Eu a Mamar, também chamado A Minha Ama e Eu, de 1937. Para retratar a frieza com que a ama-de-leite a amamentava, Frida pinta os olhos e a face dela de negro, tirando-lhe a personalidade e mostrando que não queria que ela a fitasse. A nutriz é vista por transparência e é possível identificar a glândula mamária e seus ductos. Da mama direita, com o mamilo enrijecido, também goteja leite.
http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap2.htm
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