O português Luís Miguel Militão Guerreiro, mentor do que ficou conhecido no Brasil e em Portugal por Chacina dos Portugueses, concluiu um livro para dar sua versão sobre o caso. A macabra história sobre o assassinato de seis empresários, enterrados vivos numa barraca de praia no Ceará, em agosto de 2001, será publicada com o título Morrer na Praia do Futuro & a verdade de Luís Miguel Militão sobre o caso de Fortaleza.
O livro, segundo matéria do tabloide 24 Horas, de Lisboa, publicada na segunda-feira, dia 1º, com exclusividade, é da editora portuguesa Guerra e Paz e ainda não tem data para ser lançado.
Direto do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), para onde Luís Militão foi levado após ser condenado a 150 anos de prisão, o idealizador do sequestro, morte e ocultação dos cadáveres de seis portugueses, escreveu em primeira pessoa que sua situação de miséria, dívidas e falta de perspectivas em Portugal e no Brasil o levaram a arquitetar o crime. Um plano que, à época, foi descoberto em menos de uma semana pela Polícia Federal em Fortaleza.
Militão tem de prestar contas com a Justiça brasileira até 2031 (no Brasil sua pena é de 30 anos, apesar da condenação somar um século e meio).
Em entrevista por e-mail ao jornalista Joaquim Eduardo Oliveira, do 24 Horas, Militão disse que estava em busca de uma ``felicidade utópica`` ao aceitar atrair os seis portugueses para a morte no Brasil. Em tom de vítima, Militão escreve que o emprego de pintor e pedreiro em um apartamento em Portugal o deixava ``deprimido``.
Com 500 mil escudos (moeda portuguesa em 2001, ainda na fase de transição para euro) emprestados por uma das vítimas, o empresário Antonio Correia Martins (``Tavares``), Militão disse que ``fugiu`` para o Ceará porque ouviu da boca de marinheiros ``histórias de mulheres lindas e em grande quantidade`` que existiam no Brasil. Em Fortaleza, depois de uma investida sem sucesso na barraca Vela Latina & fachada para uma danceteria de turismo sexual & o português resolveu aperfeiçoar a ideia do cearense Manoel Lourenço para sequestrar e matar, após pagamento de resgate, os seis portugueses que viriam ao seu encontro.
``A morte era inevitável, pois só assim se garantiria que não haveria ninguém para nos identificar``, conta Luis Militão que foi tratado na manchete do tabloide português como o ``Monstro de Fortaleza``. O atrativo para fisgar os seis portugueses, revela Luís Militão no livro, era o turismo sexual na Praia do Futuro.
Mortes
De maneira fria, Militão descreve como aconteceram as mortes, uma a uma, dos seis senhores lusitanos de meia idade que teriam sido atraídos pela promessa de um roteiro de prostituição no Brasil. ``O rosto deles era de pânico e senti que alguns desconfiavam do meu envolvimento no sequestro (...). Olhei para o Tavares e vi que ele estava de cabeça baixa com ar de abatido e sentia-se traído por mim. (...) Foi a última vez que vi aqueles seis homens, compatriotas e pais de família``.
Trechos do livro cedidos ao jornal português 24 Horas
``O -Ronaldo- (Manoel Lourenço) disse ao -Leôncio- (Leonardo Sousa) para ficar dentro do bar, atrás do balcão, com um pau. Ele ia buscar os reféns, com o pretexto de virem falar comigo pelo telefone, e quando a vítima pegasse no auscultador (telefone) o Leôncio dar-lhe-ia uma paulada com toda a força..
Quando a primeira vítima (Antonio Rodrigues) atendeu ao telefone, recebeu uma paulada. Levaram o corpo e atiraram-no dentro do buraco na cozinha. (...). Ronaldo foi buscar o segundo refém (Antonio Martins). O plano era o mesmo (...) Levaram o terceiro (Joaquim Pestano). Foi atirado no buraco com os outros.
Então, o Ronaldo tirou outro refém (Joaquim Mendes), e (...) sufocou-o com o antebraço. A forma para matar foi diferente porque a farsa do telefone já tinha sido descoberta. O quinto refém (Joaquim Martins) saiu do banheiro a correr. (...) O Ronaldo não teve escolha, senão disparar contra ele e contra o sexto refém (Manoel Barros). Atiraram os dois corpos para junto dos outros e começaram a cobri-los com terra.
ENTENDA O CASO
A Chacina dos Portugueses aconteceu no dia 12 de agosto de 2001.
Os corpos dos portugueses Antônio Correia Rodrigues, Vitor Manuel Martins, Joaquim Silva Mendes, Manoel Joaquim Barros, Joaquim Fernandes Martins e Joaquim Manuel Pestana da Costa foram ocultados em uma cova coletiva na cozinha da barraca Vela Latina, na Praia do Futuro.
Foi O POVO que divulgou à época, com exclusividade, a informação de que os seis lusitanos haviam sido enterrados ainda vivos.
Os empresários foram atraídos pelo português Luís Miguel Militão na promessa de fazer turismo sexual em Fortaleza.
Os turistas foram recepcionados no Aeroporto Pinto Martins por Militão e Manoel Cavalcante que convenceram os seis a dispensar a agência e ir direto para a barraca Vela Latina, na Praia do Futuro.
Os portugueses foram rendidos e amarrados enquanto Luís Militão usava os cartões deles para sacar dinheiro. As execuções começaram depois da saída de Militão.
Foram atingidos por pauladas na cabeça e, ainda vivos, foram enterrados na cozinha do restaurante.
Tentando fugir para o Pará, Militão foi preso no Maranhão no dia 23 de agosto de 2001.
Ele sacou R$ 46 mil das contas dos empresários. Militão confessou o crime e entregou os demais assassinos.
CONDENAÇÃO
A sentença dos assassinos saiu no dia 21 de fevereiro de 2002. Luís Militão foi condenado a 150 anos de prisão.
Manoel Lourenço, Leonardo Sousa Santos e José Jurandir Pereira Ferreira pegaram 120 anos.
Raimundo Martins, apontado no processo como o mais violento de todos, pegou 162 anos.
http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/958705.html
Foto: Evilázio Bezerra(Jornal Opovo)
Uma mente criminosa,não pode e nem deve lucrar com o crime e o desespero de uma familia que perdeu seus entes queridos.Somos Homens, não MONSTROS.
mantenha distância desse livro.
Fortaleza é uma cidade bem acolheidora, e que tem muitos laços emocionais com Portugueses, Portuqueses são sempre bemvindos.Foi Comoção nacional na época.
COMO PODE O MONSTRO GOZAR COM OS SENTIMENTOS DAS FAMÍLIAS DAS PESSOAS K ESSE MONSTRO MANDOU MATAR.....GANHAR DINHEIRO...SÓ SE FOSSE PARA COMPRAR VENENO PARA ELE MORRER.
ResponderExcluirSOU FAMILIAR E SUPLICO NÃO DÊM DINHEIRO POR ESSE LIVRO.... O MONSTRO K SOFRA POR ELE, PELA FAMÍLIA, PELO FILHO, POR TUDO... OS QUE ELE MATOU TAMBÉM DEIXARM FILHOS E TIVEREAM K VIVER. MORRE MONSTRO!!!!!!!!