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sexta-feira, 4 de março de 2011

Tambores Ancestrais na Noite Escura


“Tambores Ancestrais na Noite Escura”
Música e Ritualidade

Como forma de diversificar e qualificar ainda mais a programação carnavalesca da cidade de Fortaleza a Associação Cultural Solidariedade e Arte - SOLAR está realizando nesta segunda-feira de carnaval (07/02) na Praça João Gentil (Praça do Benfica) a partir das 22h o evento “Tambores Ancestrais na Noite Escura”.


Composto de música e ritualidade, “Tambores Ancestrais na Noite Escura” conta com a participação de 6 grupos de Maracatus (SOLAR, Nação Fortaleza, Az de Ouro, Nação Iracema, Vozes d’África e Nação Baobab), 2 Afoxés (Acabaca e Ogum Odoyá) e do Babalorixá Ogum Lodê, além dos cantores Calé Alencar e Pingo de Fortaleza, este último idealizador do evento.
De acordo com Pingo de Fortaleza “o encontro de todos esses grupos que trabalham com elementos vinculados a ancestralidade, africanidade e percussão é uma ação de afirmação dessas práticas na cidade de Fortaleza e de fortalecimento desse universo”.
O encontro será marcado pelas apresentações individuais dos grupos de maracatus e afoxés e a meia noite haverá um ritual de benção dos tambores realizado pelo Babalorixá Ogum Lodê, quando será evocada a ancestralidade dos tambores. O encerramento se dará com uma apresentação coletiva de todos os grupos participantes do evento.
“Tambores Ancestrais na Noite Escura” conta com a produção executiva de Arnóbio Santiago e seu projeto foi contemplado no V Edital Prêmio Carnaval do Ceará 2011 da SECULT-CE, categoria programação carnavalesca.

Maiores Informações:
Associação Cultural Solidariedade e Arte – SOLAR
Avenida da Universidade, 2333, Benfica
Tel: 85-32261189
Email: associacaosolar@gmail.com
Pingo de Fortaleza: 85-99877321
Arnóbio Santiago: 85-99110941
Segue texto explicativo do material de divulgação do evento:

“Tambores Ancestrais na Noite Escura”
Música e Ritualidade


Os ritos de reverência aos antepassados é um costume que os africanos trouxeram para o Brasil, como na cerimônia de Coroação do Congo, onde elegiam seus reis e rainhas, lamentavam seus mortos e pediam proteção aos Orixás. Na cosmovisão africana acredita-se que a fala é a exteriorização de uma vibração, de uma energia. Para a tradição africana a fala não se restringe ao verbo, a natureza toda fala, elementos minerais, vegetais e animais falam, pois são atravessados de energias. O corpo humano fala, através do movimento, principalmente pela dança e a musicalidade dos instrumentos, suas energias agirem. O tambor se destaca enquanto fala, uma vez que seu som primordial aproxima-se dos batimentos do coração e foi segundo vários mitos, criado para facilitar a comunicação com o divino, mediante toques específicos. Os orixás, enquanto energias da natureza divinizadas pedem para serem chamados pelo tambor para se incorporarem nos seus filhos e filhas. Sua sonoridade envolvente tem um poder hipnótico sobre adeptos de candomblé, umbanda e demais religiosidades afro-brasileiras, representando um elo mágico entre as criaturas humanas e as divindades, espécie de meio de comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual dos Orixás. Por outro lado o tambor tem lugar de destaque em todas as manifestações afro-brasileiras, das quais se sabem, são oriundas das religiosidades tradicionais africanas, tornando-se o tambor, portanto, o principal instrumento dos batuques dos Maracatus e Afoxés.


A realização do evento “Tambores Ancestrais na Noite Escura” agrega um conjunto de valores históricos, ritualísticos e culturais ao Carnaval de Rua de Fortaleza, que tem hoje nos Maracatus (16 grupos institucionalizados) sua maior força representativa e estética, como também nos Afoxés a importante presença simbólica dos elementos de religiosidade africana e de reverência aos seus ancestrais e aos índios, enquanto primeiros habitantes do Brasil.
Reunir Maracatus, Afoxés e o público em geral em torno da idéia desta programação é uma forma justificável de aprofundar e diversificar a programação do carnaval de Fortaleza e também do Estado do Ceará, pois com sua formatação e estética única é mais uma afirmação da presença das culturas de matriz afro e indígena nas práticas cotidianas do povo cearense.

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