A ciclofaixa de lazer que deu certo
A Ciclofaixa é uma opção de lazer disponível à população aos
domingos e feriados nacionais, das 7h às 16h.
O primeiro trecho possui 10 quilômetros e foi implantado em
agosto de 2009. Ele começa no Parque das Bicicletas e segue pelas
avenidas Indianópolis e República do Líbano até o Parque do
Ibirapuera (Portão 8). De lá, acesso às avenidas Hélio Pellegrino,
Brigadeiro Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Henrique Chamma até o
Parque do Povo. Em 23 de janeiro de 2010, os ciclistas ganharam
mais 20 quilômetros de extensão para a prática do lazer.
O segundo trecho parte do Parque do Povo, passa pela Avenida
Cidade Jardim, Ponte Cidade Jardim, avenidas dos Tajurás e Lineu de
Paula Machado, passagem subterrânea Dr. Euryclides de Jesus
Zerbini, Avenida Valdemar Ferreira, Praça Vicente Rodrigues,
Avenida Afrânio Peixoto, Rua Alvarenga, Ponte Cidade Universitária,
Avenida Prof. Manuel José Chaves, Praça Panamericana e Avenida
Prof. Fonseca Rodrigues, chegando ao Parque Villa-Lobos.
Fonte:
http://www.cetsp.com.br/consultas/bicicleta/a-ciclofaixa-de-lazer-que-deu-certo.aspx
Video: JR NEWS - Record News - Sempre Informanda a Comunidade.
Entrevista com Thiago Benicchio Diretor Ciclocidade.
CARTA DE COMPROMISSO COM A MOBILIDADE POR BICICLETAS
O futuro prefeito ou prefeita de São Paulo assumirá em 2013 uma
cidade com graves problemas de mobilidade urbana. Em 2012, a cidade
bateu o recorde histórico de congestionamento, com 295 km de vias
paradas (dos 800 km monitorados pela CET). Segundo estudo da Fundação
Getúlio Vargas, essa imobilidade resulta em um prejuízo anual de R$ 34
bilhões para a economia da cidade.
Os números refletem uma situação grave, onde motoristas sofrem com a
perda de tempo no trânsito; usuários de transporte público, com as
péssimas condições e insuficiência de ônibus; e pedestres, com a falta
de respeito e espaço para circular com segurança pela cidade.
Juntos, todos sofremos com a poluição, a degradação dos ambientes de convivência e o aumento da agressividade nas ruas.
Por todo o mundo, o uso da bicicleta vem sendo tratado como um
importante indicador de qualidade de vida, havendo um consenso crescente
entre técnicos, gestores e urbanistas sobre a necessidade de inclusão
definitiva deste modal nas políticas urbanas.
No início deste ano entrou em vigor a Política Nacional de Mobilidade
Urbana que, entre outras diretrizes, indica a “prioridade dos modos de
transportes não motorizados sobre os motorizados”, sugerindo aos
gestores públicos atenção especial à mobilidade por bicicletas como
alternativa para as cidades.
São Paulo ainda não conseguiu incluir a bicicleta de maneira efetiva
nas políticas de transporte, contando com uma infraestrutura cicloviária
insuficiente e com pouca utilidade para o ciclista urbano - atualmente,
as ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicleta estão fragmentadas pela
cidade, são incompletas ou possuem problemas de construção e manutenção.
A falta de continuidade dos projetos e ações, o descumprimento de
prazos e o baixo investimento neste modal colocam um número cada vez
maior de pessoas que optam pela bicicleta em risco nas ruas da cidade.
Entre 1997 e 2007 o número de viagens de bicicleta cresceu 176%,
índice muito superior, por exemplo, aos 31% registrados no modo Metrô ou
aos 13% de acréscimo no modo automóvel. Em 2012, estimamos que cerca de
500 mil pessoas utilizem a bicicleta ao menos uma vez por semana na
cidade. Por outro lado, o orçamento municipal não alcançou sequer 0,04%
do total de gastos do município em transportes de acordo com o Plano
Plurianual 2010-2013.
Para atender essa demanda crescente, São Paulo precisa de um gestor
disposto a investir efetivamente na mobilidade por bicicletas,
oferecendo condições de articulação com o transporte coletivo e
realizando ações em todas as regiões da cidade (inclusive na periferia,
onde vive a maior parte dos ciclistas paulistanos).
Apresentamos aqui um conjunto de propostas que deverão nortear o
trabalho de gestores/as comprometidos/as com a melhoria da qualidade de
vida desta cidade e com a necessidade de transformar o modelo de
mobilidade urbana em São Paulo:
1) Desenhar um plano cicloviário
para toda a cidade baseado em estudos e pesquisas, criando uma rede de
ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicleta que garantam deslocamentos
seguros e confortáveis aos cidadãos. Executar o plano de acordo com os
prazos anunciados para projetos e obras.
2) Aumentar em 0,25% por ano o
orçamento municipal de transportes destinado à mobilidade por bicicletas
por meio do Plano Plurianual, atingindo 1% do total de recursos em
2017.
3) Promover a participação da
sociedade civil, implantando o Conselho Municipal de Transportes,
garantindo o acesso fácil à informação e estabelecendo mecanismos
efetivos de diálogo formal com a sociedade sobre programas, projetos e
ações de interesse dos ciclistas.
4) Integrar a bicicleta ao
transporte público, criando redes cicloviárias ao redor dos terminais de
ônibus, estações de metrô e de trens. Instalar e manter bicicletários
integrados aos terminais e estações, que sejam gratuitos, adequados à
demanda e com o mesmo horário de funcionamento do transporte coletivo.
5) “Acalmar” o trânsito, com
adoção do limite de velocidade de 50km/h em avenidas, ampliação das
“zonas 30km/h” dentro dos bairros e instalação de dispositivos como
rotatórias, faixas de pedestre elevadas, sinalização horizontal e
outros.
6) Garantir a travessia segura de
pedestres e ciclistas em todas as pontes dos rios Pinheiros e Tietê e
suas alças de acesso, com a construção de calçadas, faixas de pedestres e
ciclovias ou de pontes específicas para esses.
7) Desenvolver e implementar um
Plano Diretor que estimule a redução dos deslocamentos, garantindo a
distribuição equilibrada de moradias, serviços, empregos,
infraestrutura, equipamentos culturais e de lazer por toda a cidade.
Restringir a ação da especulação imobiliária, permitindo a densificação
sem que haja verticalização excessiva.
8) Desestimular o uso do
automóvel, aumentando as restrições de circulação e estacionamento em
via pública, ampliando calçadas e calçadões e dando prioridade absoluta
aos investimentos no transporte coletivo e na mobilidade de pedestres e
ciclistas.
9) Desenvolver campanhas e
programas permanentes de educação para todos que participam do trânsito,
privilegiando o deslocamento seguro de pedestres e ciclistas.
Intensificar a fiscalização dos comportamentos que colocam em risco a
vida e ampliar as ações para locais e horários que hoje não têm
fiscalização (noites, regiões periféricas e interior dos bairros).
10) Melhorar a convivência dos
serviços de transporte público sobre pneus (ônibus e taxis) com as
bicicletas, implantando programas de educação e reciclagem permanente de
todos os condutores. Garantir condições adequadas de trabalho aos
motoristas, privilegiando a direção segura em detrimento da pressa.
Eu, ______________________________________________, candidato(a) ao
cargo de prefeito(a) de São Paulo, afirmo que, caso seja eleito(a),
cumprirei os itens acima, a fim de garantir a melhoria das condições de
mobilidade e qualidade de vida na cidade de São Paulo.
Fonte:
http://www.ciclocidade.org.br/