Com pouco mais de 40 anos, completados no último dia 1° de setembro, o Jornal Nacional é um marco na história do jornalismo brasileiro por ter sido o primeiro telejornal a ser transmitido em rede nacional. No dia da sua estreia, informações sobre uma crise circulatória que o presidente Costa e Silva havia sofrido, a morte do boxeador Rocky Marciano, o golpe militar da Líbia, o concurso de Miss Beleza Internacional, entre outras. Encerrando a sequência de notícias, uma voz grave e empostada se despedia do público com um simples ``boa noite``. O dono da voz era Cid Moreira que assumiu o balcão do telejornal até 1996. Hoje, aos 82 anos, ele vê sua história recontada na biografia Boa Noite & Cid Moreira, a grande voz da comunicação do Brasil, escrita pela jornalista Fátima Sampaio que está hoje em Fortaleza, junto com o biografado, para o lançamento na Saraiva MegaStore, às 20 horas.
Esposa de Cid Moreira há dez anos, a mineira de Mariana que cresceu em Mogi das Cruzes, Fátima Sampaio, procurou dar à trajetória do comunicador mais que um relato historiográfico. ``Queria mostrar como as pessoas são possíveis. Mostrar que, com os erros e acertos, ele foi bom no que ele fez. Ele é de família pobre e não teve mais oportunidades do que ninguém``, explica Fátima que foi repórter de O POVO. Ela conta ainda que foi o próprio Cid quem a convidou para escrever a biografia. ``Alguns autores e editoras já vinham propondo para fazer um livro sobre ele. Até que um amigo em comum sugeriu que eu fizesse e ele disse: -pronto encontrei minha autora-.``
Completando 65 anos de carreira, Cid Moreira, natural de Taubaté (SP), nasceu em 29 de setembro de 1927 e começou, aos 18 anos, como locutor de comerciais na Rádio Difusora de sua terra. Quatro anos depois, mudou-se para São Paulo para trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade e daí não saiu mais da área. Passou pelas rádios Mayrink Veiga, atuou no cinema (no filme Angu de caroço, 1955), e esteve nas TVs Rio, Tupi, Excelsior, Continental e Globo. Ao longo desse percurso, muitos nomes como Orlando Drummond, Chico Anysio, Sérgio Chapelin e Glória Maria, estiveram ao seu lado. Muitos deles estão presentes no livro contando suas histórias.
No entanto, a principal fonte da obra foi mesmo o próprio Cid. ``Quando decidi escrever o livro, estabelecemos algumas regras para não misturar o pessoal com o profissional``, conta a autora. ``Primeiro, era montar um escritório junto com o baú onde ele guarda fotos, lembranças, recortes de jornal. Comecei fazendo o levantamento do que tinha ali. Outra regra era arrumar as coisas pessoais pela manhã e cuidar do livro à tarde. Também parei as coisas de estúdio. Combinamos, também, de conversar à noite, depois do jantar, no jardim, para eu poder tirar minhas dúvidas e ele me dar dicas de quem procurar, que livro consultar``.
Boa Noite, o livro, foi escrito de forma não linear em que cada capítulo trata de assunto envolvendo a vida do apresentador. Um deles, por exemplo, presente a contragosto do biografado, é o que trata das suas manias. Entre elas, estão lá seu hábito de colecionar lanternas, sapos de brinquedo e comprar produtos para higiene bucal. Cid Moreira também tem mania de juntar guardanapos em restaurantes e levar pra casa alegando que pode precisar a qualquer momento. O livro também trata do que a autora considera como uma contradição. Cid não gosta de multidão. Mesmo sendo uma figura pública, ele prefere a privacidade. "No Jornal, ele era sempre protegido por uma bancada. Ele entrava na casa das pessoas, mas não o contrário``. Mesmo passando por detalhes da sua intimidade, o livro não trata da vida pessoal de Cid Moreira. Assim sendo, ficaram de fora seus outros casamentos e o caso de Roger Moreira, filho adotivo que quis processá-lo em um milhão de reais em 2008.
Fátima Sampaio, que conheceu Cid Moreira em Fortaleza durante a cobertura de um torneio de tênis no Marina Park em 2000, não economiza elogios ao marido. "Não acho que ele se pareça com o Pelé. Ele parece com o Garrincha, por que ele é lúdico. Ele se preocupa em dar vida ao que faz, à voz, à entonação. Ele lê muito e vê que cada palavra tem uma entonação e uma vida. O próprio Cid comenta: -Eu gosta tanto que faço e ainda ganho pra fazer-. Ele faz questão de deixar isso muito claro no livro``.
BOA NOITE - CID MOREIRA, A GRANDE VOZ DA COMUNICAÇÃO DO BRASIL - Lançamento da biografia do apresentador Cid Moreira escrito pela jornalista Fátima Sampaio. Segunda-Feira (5), às 20h, na Saraiva MegaStore (Av. Washington Soares, 85 & no Shopping Iguatemi). Preço: R$ 31,90
http://opovo.uol.com.br/opovo/vidaearte/969141.html
Esposa de Cid Moreira há dez anos, a mineira de Mariana que cresceu em Mogi das Cruzes, Fátima Sampaio, procurou dar à trajetória do comunicador mais que um relato historiográfico. ``Queria mostrar como as pessoas são possíveis. Mostrar que, com os erros e acertos, ele foi bom no que ele fez. Ele é de família pobre e não teve mais oportunidades do que ninguém``, explica Fátima que foi repórter de O POVO. Ela conta ainda que foi o próprio Cid quem a convidou para escrever a biografia. ``Alguns autores e editoras já vinham propondo para fazer um livro sobre ele. Até que um amigo em comum sugeriu que eu fizesse e ele disse: -pronto encontrei minha autora-.``
Completando 65 anos de carreira, Cid Moreira, natural de Taubaté (SP), nasceu em 29 de setembro de 1927 e começou, aos 18 anos, como locutor de comerciais na Rádio Difusora de sua terra. Quatro anos depois, mudou-se para São Paulo para trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade e daí não saiu mais da área. Passou pelas rádios Mayrink Veiga, atuou no cinema (no filme Angu de caroço, 1955), e esteve nas TVs Rio, Tupi, Excelsior, Continental e Globo. Ao longo desse percurso, muitos nomes como Orlando Drummond, Chico Anysio, Sérgio Chapelin e Glória Maria, estiveram ao seu lado. Muitos deles estão presentes no livro contando suas histórias.
No entanto, a principal fonte da obra foi mesmo o próprio Cid. ``Quando decidi escrever o livro, estabelecemos algumas regras para não misturar o pessoal com o profissional``, conta a autora. ``Primeiro, era montar um escritório junto com o baú onde ele guarda fotos, lembranças, recortes de jornal. Comecei fazendo o levantamento do que tinha ali. Outra regra era arrumar as coisas pessoais pela manhã e cuidar do livro à tarde. Também parei as coisas de estúdio. Combinamos, também, de conversar à noite, depois do jantar, no jardim, para eu poder tirar minhas dúvidas e ele me dar dicas de quem procurar, que livro consultar``.
Boa Noite, o livro, foi escrito de forma não linear em que cada capítulo trata de assunto envolvendo a vida do apresentador. Um deles, por exemplo, presente a contragosto do biografado, é o que trata das suas manias. Entre elas, estão lá seu hábito de colecionar lanternas, sapos de brinquedo e comprar produtos para higiene bucal. Cid Moreira também tem mania de juntar guardanapos em restaurantes e levar pra casa alegando que pode precisar a qualquer momento. O livro também trata do que a autora considera como uma contradição. Cid não gosta de multidão. Mesmo sendo uma figura pública, ele prefere a privacidade. "No Jornal, ele era sempre protegido por uma bancada. Ele entrava na casa das pessoas, mas não o contrário``. Mesmo passando por detalhes da sua intimidade, o livro não trata da vida pessoal de Cid Moreira. Assim sendo, ficaram de fora seus outros casamentos e o caso de Roger Moreira, filho adotivo que quis processá-lo em um milhão de reais em 2008.
Fátima Sampaio, que conheceu Cid Moreira em Fortaleza durante a cobertura de um torneio de tênis no Marina Park em 2000, não economiza elogios ao marido. "Não acho que ele se pareça com o Pelé. Ele parece com o Garrincha, por que ele é lúdico. Ele se preocupa em dar vida ao que faz, à voz, à entonação. Ele lê muito e vê que cada palavra tem uma entonação e uma vida. O próprio Cid comenta: -Eu gosta tanto que faço e ainda ganho pra fazer-. Ele faz questão de deixar isso muito claro no livro``.
BOA NOITE - CID MOREIRA, A GRANDE VOZ DA COMUNICAÇÃO DO BRASIL - Lançamento da biografia do apresentador Cid Moreira escrito pela jornalista Fátima Sampaio. Segunda-Feira (5), às 20h, na Saraiva MegaStore (Av. Washington Soares, 85 & no Shopping Iguatemi). Preço: R$ 31,90
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