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Compostela e a Europa
Santiago de Compostela constitui uma referência incontornável para a cultura europeia, sobretudo num tempo em que os seus Caminhos suscitam novamente interesse.
Por ocasião do Ano Santo Compostelano, que ocorre quando a festa do Apóstolo se assinala a um Domingo, como sucede em 2010, a Comunidade Autónoma da Galiza quis destacar um dos episódios mais marcantes da história do Caminho – a construção de uma grande catedral destinada a acolher os peregrinos.
A obra nasceu no contexto das trocas culturais e artísticas intensas que ocorreram na cristandade europeia nos séculos XI e XII.
O verdadeiro protagonista desta história é o prelado Diego Gelmírez (1070?-1140), homem influente e viajante infatigável, cuja acção como bispo e, depois, arcebispo de Compostela, transformou a igreja num espaço de criação com uma influência única na Europa, elevando Compostela ao mesmo nível de Jerusalém e Roma.
A exposição, que decorre até 16 de Maio, em Paris, apresenta uma seleção de obras raras que, entre outros pontos de interesse, explica o impacto das duas viagens a Roma que o arcebispo fez em 1100 e 1105.
Durante os seus percursos, Diego Gelmírez e a sua comitiva, talvez composta por alguns artistas, descobriram os grandes centros de criação de arte francesa, possibilitando importantes trocas com os ateliês que trabalhavam em Compostela para a edificação e decoração da catedral. O mesmo veio a acontecer no território da actual Itália.
As obras expostas nesta mostra itinerante são provenientes de museus espanhóis, franceses, italianos e portugueses, testemunhando a presença e o intercâmbio artístico promovidos pelo arcebispo de Compostela nesses territórios.
A deslocação que Gelmírez realizou a Portugal, em 1102, teve um carácter acentuadamente político. Foi durante a viagem que ocorreu o roubo das relíquias mais prestigiadas da Sé de Braga – os corpos de S. Frutuoso, S. Cucufate, S. Silvestre e Santa Susana –, que é conhecido como Pio Latrocínio.
Com o desvio para Santiago, procurou-se atrair o fluxo de fiéis à Galiza e. ao mesmo tempo, bloquear as peregrinações a Braga, que havia recuperado a dignidade metropolitana que Compostela invejava e desejava.
O prelado foi recebido pelo arcebispo Geraldo (1096-1108), que na altura impulsionava a construção de uma grande igreja de peregrinação. No fim do século XII, Geraldo tornou-se patrono da cidade. Ao mesmo tempo, algumas peças do tesouro da catedral que a tradição ligava a ele, como o cálice e a patena, foram conservadas como relíquias autênticas da sua pessoa.
http://www.snpcultura.org/vol_compostela_e_a_europa.html
Santiago de Compostela constitui uma referência incontornável para a cultura europeia, sobretudo num tempo em que os seus Caminhos suscitam novamente interesse.
Por ocasião do Ano Santo Compostelano, que ocorre quando a festa do Apóstolo se assinala a um Domingo, como sucede em 2010, a Comunidade Autónoma da Galiza quis destacar um dos episódios mais marcantes da história do Caminho – a construção de uma grande catedral destinada a acolher os peregrinos.
A obra nasceu no contexto das trocas culturais e artísticas intensas que ocorreram na cristandade europeia nos séculos XI e XII.
O verdadeiro protagonista desta história é o prelado Diego Gelmírez (1070?-1140), homem influente e viajante infatigável, cuja acção como bispo e, depois, arcebispo de Compostela, transformou a igreja num espaço de criação com uma influência única na Europa, elevando Compostela ao mesmo nível de Jerusalém e Roma.
A exposição, que decorre até 16 de Maio, em Paris, apresenta uma seleção de obras raras que, entre outros pontos de interesse, explica o impacto das duas viagens a Roma que o arcebispo fez em 1100 e 1105.
Durante os seus percursos, Diego Gelmírez e a sua comitiva, talvez composta por alguns artistas, descobriram os grandes centros de criação de arte francesa, possibilitando importantes trocas com os ateliês que trabalhavam em Compostela para a edificação e decoração da catedral. O mesmo veio a acontecer no território da actual Itália.
As obras expostas nesta mostra itinerante são provenientes de museus espanhóis, franceses, italianos e portugueses, testemunhando a presença e o intercâmbio artístico promovidos pelo arcebispo de Compostela nesses territórios.
A deslocação que Gelmírez realizou a Portugal, em 1102, teve um carácter acentuadamente político. Foi durante a viagem que ocorreu o roubo das relíquias mais prestigiadas da Sé de Braga – os corpos de S. Frutuoso, S. Cucufate, S. Silvestre e Santa Susana –, que é conhecido como Pio Latrocínio.
Com o desvio para Santiago, procurou-se atrair o fluxo de fiéis à Galiza e. ao mesmo tempo, bloquear as peregrinações a Braga, que havia recuperado a dignidade metropolitana que Compostela invejava e desejava.
O prelado foi recebido pelo arcebispo Geraldo (1096-1108), que na altura impulsionava a construção de uma grande igreja de peregrinação. No fim do século XII, Geraldo tornou-se patrono da cidade. Ao mesmo tempo, algumas peças do tesouro da catedral que a tradição ligava a ele, como o cálice e a patena, foram conservadas como relíquias autênticas da sua pessoa.
http://www.snpcultura.org/vol_compostela_e_a_europa.html
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