LUIZ GONZAGA, Rei do Baião e do Maracatu - Nação Fortaleza - Calé Alencar 2012.

CORTEJO DO CARNAVAL 2012
TEMA e LOA : Luiz Gonzaga, Rei do Baião e do Maracatu
Autor: Calé Alencar



Luiz, rei sol, rei lua
Luiz é rei bantu
É filho de Santana e Januário
No ano do centenário
É rei do maracatu

Os pretos velhos já vêm trazendo a coroa
A nossa loa é pra Luiz, Rei do Baião
Nossa Nação faz festa pra Luiz Gonzaga
O sagrado sanfoneiro
Vivo em nosso coração
A asa branca já benzeu sua sanfona
O sabiá abençoou seu matulão
O assum preto ungiu sua voz e seu gibão
O batuque vai soar e se espalhar pelo sertão
Xote, maracatu e baião
É sol e lua, é pau de arara, é realeza
Sou Nação, sou Fortaleza,
Sou Luiz, Rei do Baião

“Meu avô lá no Congo foi rei bantu
Mas aqui eu sou rei do maracatu”

A Associação Cultural Maracatu Nação Fortaleza homenageia o povo nordestino através de um dos seus personagens mais importantes, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, no ano de seu centenário de nascimento. Nascido em 13 de dezembro de 1912, Luiz Gonzaga projetou a música do Nordeste para o Brasil e para o mundo, sobretudo através de parcerias com o cearense Humberto Teixeira e o pernambucano Zé Dantas.

Segundo filho de Januário dos Santos e Ana Batista de Jesus, conhecida pelo apelido de Santana, Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em Exu, no estado de Pernambuco, ao pé da serra da Gameleira, ali onde se acha a Chapada do Araripe e seu caldeirão cultural modelado a partir das artes e crenças populares, amálgamas da rica expressão carregada sob sol e chuva nos falares, cantares, vestires, folguedos, costumes e paladares do Cariri.
Filho de um exímio tocador de pé-de-bode, a sanfoninha de oito baixos, Luiz Gonzaga logo cedo demonstrou sua aptidão musical, ajudando Januário no conserto de sanfonas e acompanhando o pai com seu fole nos sambas e bailes da região.

Sanfoneiro conhecido em sua terra, Luiz Gonzaga ganhou o mundo, passando pelo Ceará, Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, onde tocou nas pensões do mangue antes de participar de programas de auditório, gravar suas próprias composições e tornar-se o pai da família do Baião, no dizer de Gilberto Gil. Luiz Gonzaga simboliza o Nordeste vigoroso, o sertão da fartura e, mesmo quando reflete sobre seca, êxodo e pobreza, o faz com dignidade, apontando para uma realidade na qual o nordestino é capaz de ter orgulho de sua terra, de como nela vive e do que dela colhe, revelando as entranhas do Brasil com sua arte formadora de uma marca indelével na história da música do povo brasileiro.

O Maracatu Nação Fortaleza pretende trazer ao ambiente carnavalesco sua já conhecida atuação inovadora com a escolha de temas singulares e formas originais de apresentação, a partir da musicalidade contagiante e de sua organização característica, juntando particularidades do universo gonzagueano, como a inclusão de símbolos relacionados à indumentária nordestina, especialmente a caracterização do vaqueiro, símbolo adotado por Luiz Gonzaga como representação de sua origem sertaneja, pujante e destemida. No aspecto musical, a harmonia entre o baião e o batuque do maracatu será realçada na apresentação da loa. A ilustração do tema incluirá a caracterização ao estilo do Rei do Baião e a relação dos figurinos e adereços com a temática abordada por Luiz Gonzaga em seu cancioneiro.

Com o tema Luiz Gonzaga, Rei do Baião e do Maracatu, o Maracatu Nação Fortaleza acrescenta uma nova abordagem ao carnaval de rua e lança luzes sobre as homenagens pelo centenário de nascimento do menestrel mais representativo do Nordeste, lembrando no enunciado do tema o título dado a Luiz Gonzaga, Rei do Baião, e fazendo a citação de um trecho do maracatu Rei Bantu, onde o próprio Gonzaga se diz Rei do Maracatu.

“Meu avô lá no Congo foi rei bantu mas aqui eu sou rei do maracatu”.
Rei Congo / Luiz Gonzaga e Zé Dantas – 1950
Fonte:http://www.nacaofortaleza.com/bra/carnaval2012.htm


Domingo 19 de fevereiro de 2012, dia de maracatu na domingos Olimpio, foram 13 apresentações, todos maravilhosos, mas, não pude acompanhar todos, gostaria que no próximo Carnaval 2013 fosse dado um olhar especial no sentido do horário, deveria começar mais cedo para não terminar tão tarde. Nem todo mundo mora no centro de Fortaleza.