A EXPOSIÇÃO O
SAGRADO CORAÇÃO DO CEARÁ
O Memorial da
Cultura Cearense, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, convida para a
exposição “O Sagrado Coração do Ceará”, dia 20 de dezembro, 19h30.
Uma reflexão
sobre a fé e suas manifestações, ancorada na diversidade cultural cearense,
pondo em valor tanto as manifestações do catolicismo tradicional – como de sua
vertente sertaneja ou popular, – ressaltando
ainda aspectos das culturas
indígenas e africanas.
“O Sagrado
Coração do Ceará” evidencia a força da ligação do homem com o mistério e faz um
apanhado de crenças, rituais, aspectos abrangentes e detalhes da busca que o
homem sempre teve para explicar a força e a importância dos deuses no contexto
cultural.
Partindo de
uma visão macro de religiosidade e de fé, a mostra está estruturada em cinco
núcleos: “ O Juazeiro do Padre Cícero” , “São Francisco de Canindé” , “Sobral
de Dom José Tupinambá da Frota”, “São José e os Santos Padroeiros” e “Crenças e
Cultos”. Reúne objetos, esculturas,
fotografias, pinturas, adereços, acessórios de cultos, música incidental,
imagens em movimento e outros recursos narrativos próprios da liturgia
abordada.
“O Juazeiro do Padre Cícero” visita a Ladeira do Horto e as suas romarias, foca as
paredes votivas e os altares domésticos, vai à Casa dos Milagres, adentra o
Centro Cultural Mestre Noza. O
sentimento romeiro se evidencia na força que emana dessas vivências e extrapola
qualquer racionalismo.
“São
Francisco de Canindé” mostra como um santo europeu ganhou cidadania sertaneja e
se transformou em um vaqueiro, com gibão, perneiras, chapéu, enfrentando a rês
desgarrada nos confins das terras mais áridas. Vem gente de todo o Nordeste em
busca deste homem de Assis, Itália, que rejeitou os sinais evidentes de
riqueza, e tentou colocar a Igreja dentro de outros parâmetros. Ficou a fé, a
defesa da ecologia, a rejeição da pompa e um jeito que se afina com o jeito de
ser destas populações tão carentes quanto devotas.
“Sobral de
Dom José Tupinambá da Frota” apresenta o apogeu dos rituais e a força do
catolicismo canônico, fiel às normas de Roma, com toda a ortodoxia vigente. A
recolha feita pelo “Bispo Conde” se traduz numa rica estatuária e objetos
vindos do Museu Dom José de Sobral. Aqui, também, a força do povo se reforça na
expressão de pintores e escultores cearenses do séc. XIX, e das marcas nativas que esses objetos
transplantados ganharam com o tempo e com as possibilidades das apropriações
feitas.
“São José e
os Santos Padroeiros” passeia pela diversidade dos oragos protetores de vários
municípios, evidenciando, através das imagens, devoções, gratidões e
fidelidades.
“Crenças e
Cultos” aborda expressões das nossas raízes, desde as Missões Jesuíticas,
dentre as quais se evidencia a Missão da Ibiapaba, que resultou na cidade de Viçosa
do Ceará, onde Padre Antônio Vieira pregou. Depois de anos de apagamento,
esquecimento e rejeição, as etnias indígenas resistiram, seus rituais
permaneceram e se atualizaram na contemporaneidade, ocupando a cena religiosa
com a Dança do Toré, seus encantados e mitologias. A cultura africana, também
subjacente, é referendada nas suas expressões que remetem às religiosas que coroavam seus reis
e rainhas, nas procissões, que
resultaram no maracatu, cortejo solene, com sua batida plangente, deslocado,
depois, para o carnaval de rua.
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Rua: Dragão do Mar, 81
20 de dezembro de 2012 - 19h30
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