Fotografia (do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo",
"pincel") ou γραφη grafê, e significa "desenhar com luz e
contraste"[1]), por definição,[2] é essencialmente a técnica de criação
de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as em uma superfície
sensível.[3] A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é
atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da
fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de
avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando, juntas ou em paralelo,
ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da
fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme
fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços
tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade
das imagens produzidas, agilização das etapas do processo de produção e a
redução de custos, popularizando o uso da fotografia.
A história da fotografia pode ser contada a partir das
experiências executadas por químicos e bostenhos desde a mais remota
antiguidade. Por volta de 350 a.C., aproximadamente na época em que
viveu Aristóteles na Grécia antiga, já se conhecia o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício. Alhazen em torno do século X,
descreveu um método de observação dos eclipses solares através da
utilização de uma câmara escura. A câmara escura na época, consistia de
um quarto com um pequeno orifício aberto para o exterior.
Em 1525 já se conhecia o escurecimento dos sais de prata, no ano de 1604
o físico-químico italiano Ângelo Sala estudou o escurecimento de alguns
compostos de prata pela exposição à luz do Sol. Até então, se conhecia o
processo de escurecimento e de formação da imagens efêmeras sobre uma
película dos referidos sais, porém havia o problema da interrupção do
processo. Em 1725, Johann Henrich Schulze, professor de medicina na Universidade de Aldorf, na Alemanha,
conseguiu uma projeção e uma imagem com uma duração de tempo maior,
porém não conseguiu detectar o porquê do aumento do tempo. Continuando
suas experiências, Schulze colocou à exposição da luz do sol um frasco
contendo nitrato de prata, examinando-o algum tempo depois, percebeu que
a parte da solução atingida pela luz solar tornou-se de coloração
violeta escura. Notou também, que o restante da mistura continuava com a
cor esbranquiçada original. Sacudindo a garrafa, observou o
desaparecimento do violeta. Continuando, colocou papel carbono no frasco
e o expôs ao sol, depois de certo tempo, ao remover os carbonos,
observou delineados pelos sedimentos escurecidos padrões esbranquiçados,
que eram as silhuetas em negativo das tiras opacas do papel. Schulze
estava em dúvida se a alteração era devida à luz do sol, ou ao calor.
Para confirmar se era pelo calor, refez a mesma experiência dentro de um
forno, percebendo que não houve alteração. Concluiu então, que era a
presença da luz que provocava a mudança. Continuando suas experiências,
acabou por constatar que a luz de seu quarto era suficientemente forte
para escurecer as silhuetas no mesmo tom dos sedimentos que as
delineavam. O químico sueco Carl Wilhelm Scheele, em 1777, também comprovou o enegrecimento dos sais devida à ação da luz.
Thomas Wedgwood realizou no início do século XIX
experimentos semelhantes. Colocou expostos à luz do sol algumas folhas
de árvores e asas de insetos sobre papel e couro branco sensibilizados
com prata. Conseguiu silhuetas em negativo e tentou de diversas maneiras
torná-las permanentes. Porém, não tinha como interromper o processo, e a
luz continuava a enegrecer as imagens.
Schulze, Scheele, e Wedgewood descobriram o processo onde os átomos
de prata possuem a propriedade de possibilitar a formação de compostos e
cristais que reagem de forma delicada e controlável à energia das ondas
de luz. Porém, o francês Joseph-Nicéphore Niépce o fisionotraço e a litografia.
Em 1817, obteve imagens com cloreto de prata sobre papel. Em 1822,
conseguiu fixar uma imagem pouco contrastada sobre uma placa metálica,
utilizando nas partes claras betume-da-judéia, este fica insolúvel sob a
ação da luz, e as sombras na base metálica. A primeira fotografia
conseguida no mundo foi tirada no verão de 1826,
da janela da casa de Niepce, encontra-se preservada até hoje. Esta
descoberta se deu quando o francês pesquisava um método automático para
copiar desenho e traço nas pedras de litografia. Ele sabia que alguns
tipos de asfalto entre eles o betume da judéia endurecem quando expostos
à luz. Para realizar seu experimento, dissolveu em óleo de lavanda o
asfalto, cobrindo com esta mistura uma placa de peltre (liga de
antimônio, estanho, cobre e chumbo). Colocou em cima da superfície
preparada uma ilustração a traço banhada em óleo com a finalidade de
ficar translúcida. Expôs ao sol este endureceu o asfalto em todas as
áreas transparentes do desenho que permitiram à luz atingir a chapa,
porém nas partes protegidas, o revestimento continuou solúvel. Niépce
lavou a chapa com óleo de lavanda removendo o betume. Depois imergiu a
chapa em ácido, este penetrou nas áreas em que o betume foi removido e
as corroeu. Formando desta forma uma imagem que poderia ser usada para
reprodução de outras cópias.
Niepce e Louis-Jacques Mandé Daguerre iniciaram suas pesquisas em 1829. Dez anos depois, foi lançado o processo chamado daguerreótipo.
Este consistia numa placa de de ouro e prateada, exposta em vapores
de iodo, desta maneira, formava uma camada de iodeto de prata sobre si.
Quando numa câmara escura e exposta à luz, a placa era revelada em vapor
de mercúrio aquecido, este aderia onde havia a incidência da luz
mostrando as imagens. Estas, eram fixadas por uma solução de tiossulfato
de sódio. O daguerreótipo não permitia cópias, apesar disso, o sistema
de Daguerre se difundiu. Inicialmente muito longos, os tempos de
exposição encurtaram devido às pesquisas de Friedrich Voigtländer e John F. Goddard em 1840, estes criaram lentes com abertura maior e ressensibilizavam a placa com bromo.
William Henry Fox Talbot lançou, em 1841,
o calótipo, processo mais eficiente de fixar imagens. O papel
impregnado de iodeto de prata era exposto à luz numa câmara escura, a
imagem era revelada com ácido gálico e fixada com tiossulfato de sódio.
Resultando num negativo, que era impregnado de óleo até tornar-se
transparente. O positivo se fazia por contato com papel sensibilizado,
processo utilizado até os dias de hoje.
O calótipo foi a primeira fase na linha de desenvolvimento da
fotografia moderna, o daguerreótipo conduziria à fotogravura, processo
utilizado para reprodução de fotografias em revistas e jornais.
Frederick Scott Archer inventou em 1851
a emulsão de colódio úmida. Era uma solução de piroxilina em éter e
álcool, adicionava um iodeto solúvel, com certa quantidade de brometo, e
cobria uma placa de vidro com o preparado. Na câmara escura, o colódio
iodizado, imerso em banho de prata, formava iodeto de prata com excesso
de nitrato. Ainda úmida, a placa era exposta à luz na câmara, revelada
por imersão em pirogalol com ácido acético e fixada com tiossulfato de
sódio. Em 1864, o processo foi aperfeiçoado e passou-se a produzir uma emulsão seca de brometo de prata em colódio. Em 1871, Richard Leach Maddox fabricou as primeiras placas secas com gelatina em lugar de colódio. Em 1874, as emulsões passaram a ser lavadas em água corrente, para eliminar sais residuais e preservar as placas...
Os irmãos franceses Jean Niceforo e Claude Niepce são os primeiros a
relacionar a imagem realizada com luz e uma câmera escura. Mas eles não
foram os únicos investigadores desta atividade, em que pese que foram os
únicos a chegar ao fim de esta prática.
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