Bem Vindo

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Morre Historiador Walter Zanini Precursor ao Apoio à Arte e Tecnologia.



Walter Zanini (direita) conversando com o artista catalão Antoni Muntadas em uma das salas de sua exposição "Informação /Espaço / Controle" realizada na Estação Pinacoteca de São Paulo de 26 de fevereiro a 8 de maio de 2011. (foto de Andrea Nacach)

Falece em São Paulo o professor Walter Zanini (SP, 21 de maio de 1925 - SP, 29 de janeiro de 2013) Doutor pela Universite de Paris VIII em 1961. Professor Titular e Emérito da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Participou da criação do Museu de Arte Contemporânea da USP, sendo seu primeiro diretor de 1963 a 1978. Nesta época, além de garantir a salvaguarda e a exposição de seu rico acervo, desenvolveu, em parceria com artistas, projetos de vanguarda tais como: "Jovem Arte Contemporânea” (1967-1974) -um espaço aberto e democrático para a produção dos jovens artistas do período; as exposições “Prospectiva 74” (1974) e “Poéticas Visuais” (1977); projetos de Arte Postal que incentivaram a criação de redes internacionais de artistas e projetos em novos suportes tecnológicos e de comunicação como a Video-Arte. Idealizador, em pareceria com Donato Ferrari, Regina Silveira, Julio Plaza, entre outros, dos programas dos cursos de graduação e pós-graduação em artes plásticas da Escola de Comunicação e Artes da USP.

                                                     
 Com o mesmo grupo e, simultaneamente, idealizou também o programa de graduação em artes plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado nos anos 70. Foi ainda, em conjunto com Donato Ferrari, Julio Plaza e Regina Silveira, idealizador do ASTER - um centro de investigação e produção artística em São Paulo que oferecia cursos, workshops e debates sobre arte contemporânea (1978 a 1982). Editor-chefe do livro Historia Geral da Arte no Brasil lançada em 1992, até hoje a única grande obra de referência nesta área no Brasil. Curador da 16a e 17a edições da Bienal Internacional de São Paulo (1981 e 1983). Nestas duas edições desenvolveu uma nova forma de organizar e exibir a arte moderna e contemporânea por meio de uma prática curatorial interessada em dinamizar as analogias de linguagens que puderam representar o surgimento de expressões artísticas em um cenário global pós-modernista.

                                     
 O modelo geopolítico europeu foi desconstruído em tempo real através de novos vocabulários e tendências da arte contemporânea. Para tanto, um processo de crítica institucional foi ativado. Zanini redimensionou criticamente sua experiência anterior no Museu de Arte Contemporânea (1963-1978) para enfrentar tanto a produção de duas edições consecutivas como um legado de 30 anos de um evento bi-anual naquele momento ainda na periferia do sistema internacional.
Foi também diretor da ECA-Escola de Comunicações e Artes da USP (1985 a 1989), capitaneando projetos como o da criação de um Instituto de Artes nesta universidade que tinha a intenção de reunir professores ligados a arte dispersos em suas várias unidades de ensino.Além disto Zanini fundou, com outros expoentes das artes no Brasil, importantes fóruns profissionais como a AMAB-Associação Brasileira de Museus de Arte (1966-71), o Comitê Brasileiro de Historia da Arte (CBHA, 1971) e a ANPAP- Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (1982).

 O que seria do sistema da arte do Brasil sem o Professor Walter Zanini? Muito além das ideologias e das almejadas revoluções, Zanini orquestrou transformações fundamentais nas estruturas da arte e da cultura neste lado do mundo. Induziu e conduziu, com suas reflexões e operações críticas, criativas e liberais (da liberdade), a modelagem coletiva de um sistema da arte contextual na vanguarda de um mundo conectado, globalizado. Um grande historiador da arte, nosso primeiro curador e também um gestor em toda a sua potência. Seu legado é infinito pois inefável e incalculável.



Denominada Tékhne -- palavra grega para artes plásticas - a exposição discute a importância da convergência entre arte e tecnologia. A mostra, que homenageia o crítico de arte Walter Zanini, precursor no apoio à arte e tecnologia, é dividida em dois núcleos -- Histórico e Contemporâneo -- e reúne trabalhos desde a década de 1960 até os dias atuais.


No Núcleo Histórico, a exposição possibilita revisitar cinco principais mostras de tecnologia realizadas pelo MAB-FAAP entre 1964 e 1986 que foram pioneiras na apresentação desse tema no Brasil.



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