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Carta de Dom Bosco sobre o Oratório (Carta de Roma)
Viu seus jovens? — perguntou-me o ex-aluno.— Vejo-os —, respondi suspirando.
— Como são diferentes do que éramos nós em nosso tempo! — exclamou o ex-aluno.
— É Pena! Quanta falta de vontade nesse recreio!
— De aí é que vem a frieza de tantos meninos na freqüência dos santos Sacramentos, o desleixo das práticas de piedade na igreja e fora; o estar de má vontade num lugar onde a Divina Providência os cumula,de todo bem para o corpo, para a alma, para a inteligência. De aí não corresponderem muitos à sua vocação; de aí a ingratidão para com os superiores; de aí os segredinhos e as murmurações, com todas as demais deploráveis conseqüências.
— Compreendo, entendo — respondi —. Mas como reanimar estes meus caros jovens, para que retomem a antiga vivacidade, alegria, expansão?
— Com o amor!
— Com o amor? Mas os meus jovens não são bastante amados? Sabes quanto os amo. Sabes quanto por eles sofri e tolerei no decorrer de bem quarenta anos, e quanto suporto e sofro mesmo agora. Quantas privações, quantas humilhações, quantas oposições, quantas perseguições para dar-lhes pão, casa, professores e especialmente para garantir-lhes a salvação da alma. Fiz tudo quanto soube e pude por eles, que são o amor de toda a minha vida.
— Não falo do senhor!
— De quem então? Dos que me fazem as vezes? Dos diretores, prefeitos, professores, assistentes? Não vês como são mártires do estudo e do trabalho? Como consomem sua juventude por aqueles que a Divina Providência lhes confiou?
— Vejo, sei perfeitamente; mas isso não basta. Falta o melhor.
— Que é que falta, então?
— Que os jovens não somente sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados.
— Mas, afinal, não têm olhos? Não têm a luz da inteligência? Não vêem que tudo o que por eles se faz é por amor deles?
— Não, repito, isso não basta.
— Que é preciso, então?
— Que sendo amados nas coisas que lhes agradam, com participar em suas inclinações infantis, aprendam a ver o amor nas coisas que naturalmente pouco lhes agradam, como a disciplina, o estudo, a mortificação de si mesmos; e aprendam a fazer essas coisas com entusiasmo e amor.
— Explica-te melhor.
— Observe os jovens no recreio.
Observei e respondi: — E que há de especial para ver?
— Há já tantos anos que vive a educar os jovens e não entende? Olhe melhor! Onde estão os nossos salesianos?
Observei e vi que bem poucos padres e clérigos se misturavam com os jovens e bem menos ainda eram os que tomavam parte em seus divertimentos. Os superiores já não eram a alma do recreio. A maior parte deles passeava conversando entre si, sem ligar ao que faziam os alunos; outros olhavam o recreio sem se preocuparem absolutamente com os jovens; outros vigiavam, mas tão de longe que não poderiam perceber se os jovens cometiam alguma falta; um ou outro avisava mas em atitude ameaçadora e bem de raro. Ainda havia um ou outro salesiano que gostaria de intrometer-se no meio dos jovens; vi, porém, que estes procuravam propositalmente afastar-se dos professores e superiores.
Fonte Integra: http://professorjoaocesar.sites.uol.com.br/dombosco/roma.htm
Vamos Salvar a Juventude.
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